Francisco da Fonseca Benevides nasceu em Lisboa em 1836, tendo falecido em 1911. Foi professor de Física e de Hidrografia no Instituto Industrial de Lisboa, da Mecânica de Artilharia na Escola Naval de Lisboa, tendo concluído o curso da Escola Politécnica e ingressado na Marinha em 1851, onde permaneceu até 1856.
Em 1854 foi nomeado, por concurso, regente da cadeira de Física do Instituto de Lisboa e Lente de Matemática e Artilharia da Escola Naval. Fez parte das Comissões encarregadas de estudar as exposições Internacional do Porto (1856) e Universal de Paris (1867).
Fonseca Benevides fundou o Museu Tecnológico do Instituto Industrial de Lisboa. Em 1866 foi admitido da Academia das Ciências. Foi nomeado inspetor das Escolas Industriais de Portugal em 1884. Foi agraciado com os graus de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1862), Cavaleiro da Ordem de Santiago (1866) e Comendador da Ordem de Cristo (1867), tendo ainda sido admitido como Sócio Correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa, em 1866.
Foi autor de uma vasta obra e colaborou em revistas científicas da sua época, abrangendo domínios tão diversos com a física, a história e a música, destacando-se:
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Curso de Artilharia da Escola Naval: descrição do material de guerra. Lisboa, 1858.
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Curso elementar de Física, contendo algumas noções de mecânica, e aplicações científicas e industriais. Lisboa, 1863.
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O fogo: obra científica e literária. Lisboa, 1866.
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A Música: memória histórico-descritiva, em seis capítulos, inserta no Archivo pittoresco, vol IX, 1866.
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Tratado elementar de eletricidade e magnetismo, contendo numerosas aplicações às ciências, artes e indústrias. Lisboa, 1868.
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Princípios de ótica, e suas aplicações aos instrumentos, aos faróis, à fotografia, aos efeitos teatrais, etc. Lisboa, 1868.
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Tabela, regras, dados práticos e instruções para uso de engenheiros, condutores de trabalhos, construtores e em geral de industriais. Lisboa, 1868.
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Noções de Física moderna com numerosas aplicações. Lisboa, 1870.
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"Descrição de um novo aparelho para a demonstração das propriedades físicas dos vapores"; inserto no Jornal das Sciencias mathematicas e physicas, nº VII (Agosto de 1869). Este aparelho, denominado Benevides, encontra-se descrito em várias publicações estrangeiras, tais como: O Cosmo de Paris, Junho de 1870; Eco de las Ciencias, de Madrid, de 20 de Fevereiro de 1870.
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Rainhas de Portugal, 2 vol., 1878 e 1879.
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O Real Teatro de S. Carlos de Lisboa, estudo histórico. Lisboa, 1894